Tratamento de lipedema
O Lipedema é uma doença crônica progressiva caracterizada pelo acúmulo de gordura em algumas regiões do corpo, especialmente nos membros inferiores. Na maioria dos casos o acomete pessoas do sexo feminino e parece ter associação com fatores hereditários e hormonais. Os pacientes com Lipedema além de apresentarem acúmulo de gordura costumam apresentar também dores nos locais afetados e predisposição a formação de equimoses (roxinhos na pele). O acúmulo de gordura costuma surgir ou piorar após grandes alterações hormonais como na puberdade ou após a gestação. O Lipedema costuma poupar os pés, sendo esta uma diferença importante para outra doença que acomete primariamente o sistema linfático, o linfedema.

O Lipedema requer diagnóstico e tratamento por equipe especializada e geralemente estão envolvidos cirurgiões plásticos, cirurgiões vasculares, nutrólogos/nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. O tratamento conservador (sem cirurgia) existe e é muito importante para todos os pacientes. Em uma grande parte dos casos associamos também o tratamento cirúrgico para melhores resultados.

Procedimento
A cirurgia para o tratamento do Lipedema consiste na retirada de grande parte do tecido gorduroso doente por técnicas especiais de lipoaspiração e extração manual dos nódulos de gordura. Em alguns casos é preciso realizar a retirada do excesso de pele no mesmo tempo ou em um segundo procedimento. O laser pode ser utilizado associado à lipoaspiração para estimular a retração de pele evitando cortes maiores em alguns casos. Devemos respeitar o limite de retirada de gordura de até 7% do peso corporal e por este motivo costumamos realizar o tratamento do Lipedema em estágios. Em cada cirurgia tratamos áreas específicas a fim de termos maior segurança e melhores resultados. A anestesia pode ser bloqueio com sedação ou geral em alguns casos. A primeira noite ocorre no hospital para hidratação e uso de medicações para dor. Na manhã seguinte após a cirurgia a paciente habitualmente recebe alta para recuperação em casa.
Recuperação
O pós-operatório da cirurgia de Lipedema costuma ser realizado por equipe específica com acompanhamento de perto com fisioterapeuta. Os curativos são trocados diariamente e alguns pequenos cortes podem ser deixados abertos para drenagem de líquidos. Ataduras elásticas são usadas para ajudar na compressão e a paciente é encorajada a caminhar precocemente. A dor costuma ser bem controlada com o uso das medicações. O retorno ao trabalho costuma ocorrer após 2 a 3 semanas.
Dúvidas comuns sobre Lipedema:
Não! O Linfedema é uma alteração do sistema linfático e é caracterizado por um inchaço de todo o membro acometido, acometendo inclusive os pés, ocorre de forma comum apenas em um lado, já o Lipedema ocorre dos dois lados de forma semelhante. Em casos muito avançados de Lipedema podemos ter também acometimento do sistema linfático, o chamado lipolinfedema.
Não! O Lipedema pode estar associado à obesidade, mas de maneira geral há inclusive uma desproporção entre o acúmulo de gordura nos membros e no resto do corpo. Em muitos casos o paciente é magro e tem aumento apenas dos membros. Muitos pacientes mesmo perdendo peso com dieta e exercícios permanecem com o acúmulo de gordura nos braços e/ou pernas.
Sim! O Lipedema é uma doença progressiva e por isso é extremamente importante diagnosticar e acompanhar desde cedo. A associação de tratamento conservador e tratamento cirúrgico quando indicado pode retardar essa progressão melhorando a qualidade de vida.
Por enquanto, o tratamento do Lipedema ainda não se encontra na lista de procedimentos da ANS, portanto não há cobertura espontânea pelos convênios. Trabalhos estão sendo realizados para que a doença possa ser incluída.
O tecido doente retirado não retorna, porém a gordura que fica (não se pode retirar toda a gordura do membro) pode voltar aumentar caso a paciente apresente novos estímulos. Por este motivo o seguimento com equipe especializada é essencial.
Certamente! Uma dieta que ajude a diminuir a inflamação no corpo tende a diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Sim! Os exercícios físicos são encorajados, principalmente os com menor impacto como as atividades aquáticas. Acompanhamento profissional é desejável.
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